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Ijui, Rio Grande do Sul, Brazil
Never say never ! Porque o nunca jamais chega.....

SEUS OLHOS

Seus olhos tão negros, tão belos, tão
puros, de vivo luzir,
Estrelas incertas, que as águas
dormentes do mar vão ferir;
Seus olhos tão negros, tão belos, tão
puros, têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, mais doce que o
nauta de noite cantando,
Mais doce que a flauta quebrando a
solidão.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão
puros, de vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados
brincando a sorrir.
São meigos infantes, brincando,
saltando em jogo infantil.
Inquietos, travessos; — causando
tormento,
Com beijos nos pagam a dor de um
momento,
Com modo gentil.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão
puros, assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranqüilos, às
vezes vulcão!
Às vezes, oh! sim, derramam tão fraco,
tão frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes
falece,
E os olhos tão meigos, que o pranto
umedece
Me fazem chorar.
Assim lindo infante, que dorme
tranqüilo, desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
não pensa — a pensar.
Nas almas tão puras da virgem, do
infante, às vezes do céu
Cai doce harmonia duma harpa celeste,
Um vago desejo; e a mente se veste
De pranto com um véu.
Quer sejam saudades, quer sejam
desejos da pátria melhor;
Eu amo seus olhos que choram em causa
um pranto sem dor.
Eu amo seus olhos tão negros, tão puros,
de vivo fulgor;
Seus olhos que exprimem tão doce
harmonia,
Que falam de amores com tanta poesia,
com tanto pudor.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão
puros, assim é que são;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixão.

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